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Privatização dos Correios trará prejuízos, segundo sindicato

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Foto: Divulgação

O governo federal anunciou, na última quarta-feira, a privatização de nove estatais. De acordo com assessores do Palácio do Planalto, a venda das empresas não deve ocorrer neste ano porque ainda é necessário aguardar o resultado de alguns estudos que estão sendo feitos. Dentre as empresas que serão privatizadas, estão os Correios, que atua na entrega de encomendas e cartas em todo o país. A notícia não surpreendeu representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos (Sintect), que já esperavam pela medida desde o início da gestão de Jair Bolsonaro (PSL). Para o secretário-adjunto do Sintect de Santa Maria, José Andrigo Pinheiro Bernardo, a privatização deve afetar os serviços prestados pela empresa, além de trazer prejuízo aos trabalhadores.

- Desde a campanha (política) já se falava em desestatização de diversas empresas. Acontece que estamos passando por um momento bastante delicado. Desde 2011, não há mais concursos públicos, o que tem sucateado a qualidade do nosso serviço. Além disso, a população tem que entender que os Correios são patrimônio do povo. Onde não houver interesse de outras empresas, principalmente na atuação de trabalho social, com entrega de medicamentos e correspondências em cidades muito pequenas, não haverá serviço, e isso é ruim tanto para nós quanto para a população - comenta Andrigo.

Santa Maria acumula saldo de 207 empregos gerados no ano

Dentre as empresas anunciadas, seis já estão qualificadas pelo Programa de Parceria de Investimentos (PPI) desde a gestão do ex-presidente Michel Temer (MDB), como a Eletrobras, a Casa da Moeda, a Lotex, a Ceasaminas, a Codesa e a Codesp. Uma das afirmações do governo para justificar a privatização é em relação ao lucro das empresas. Segundo o Palácio do Planalto, boa parte das estatais é deficitária e não estaria oferecendo atrativos. No caso dos Correios, inclusive, a receita gerada pela entrega de correspondências estaria em franca decadência. O negócio da companhia é a entrega de mercadorias, negócio de que o governo ainda não tem certeza se deve repassar para a iniciativa porque é lucrativo. No entanto, a alegação é contestada pelo sindicato.

- É claro que nosso principal negócio é a entrega de mercadorias, mas temos uma taxa de entrega de 98%, o que é algo muito alto. Também prestamos serviços sociais, que são de extrema importância para a população. São muitas inverdades que estamos vendo com relação ao nosso trabalho. São mais de 100 mil funcionários no Brasil inteiro que serão afetados com essa decisão - salienta o secretário do sindicato.

Atualmente, em Santa Maria, são cerca de 150 funcionários alocados em duas unidades de distribuição, duas agências (uma no Centro e outra em Camobi) e um centro de encomendas. No Estado, são mais de 6,5 mil empregados.

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POSIÇÃO DA ESTATAL
Em nota, a assessoria dos Correios afirmou que aguarda orientação do órgão supervisor, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, para que se tenha um posicionamento. Além disso, segundo a nota, "a atual administração ratifica as orientações do presidente da República de recuperar os indicadores financeiros e eficiência para garantir a sustentabilidade da empresa". "Iremos assegurar a continuidade na prestação de serviços de qualidade ao cidadão. O segundo semestre exige um compromisso maior de todos os empregados com a sociedade para realizar com sucesso o Enem, Black Friday e o Natal", finaliza o comunicado enviado ao Diário de Santa Maria.

A privatização das estatais terá de passar pela aprovação do Congresso Nacional, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal (STF)

LISTA DE PRIVATIZAÇÕES

  • Telecomunicações Brasileiras S/A (Telebras)
  • Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios)
  • Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp)
  • Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev)
  • Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro)
  • Empresa Gestora de Ativos (Emgea)
  • Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec)
  • Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp)
  • Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF)
  • Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa)
  • Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBT)
  • Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasaminas)
  • Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A (Trensurb)
  • Eletrobras
  • Loteria Instantânea Exclusiva (Lotex)
  • Empresa Brasil de Comunicação
  • Casa da Moeda

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